quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Homenagem a Ursulina, ou simplesmente Ina.‏

Bem, eu já fui pego várias vezes em situações desconfortáveis. A pressa do
quotidiano tem me feito muitas travessuras, bem como dado algumas lições a
respeito da vida e da importância dos momentos.

Eu conheci a Sra Ursulina, articuladora do Maracatu Linda Flor, há alguns anos.
Em 2001 eles quase desfilaram no Cambinda Estrela, no processo de construção das
federações de comunidades que já era ensaiado naquele ano. Por não ter esta
articulação dado certo, fui buscar apoios nesta comunidade, e esta é a história
da adesão de pessoas como Ademilson, Carlão (já falecido),  Pelé (já falecido) e
outros tantos. Era uma articulação de gays e se concentravam no Burity,
comunidade em que é localizado o Maracatu Linda Flor.

Nós não tinhamos disputas, e no ano de 2005, em um arrastão nessa comunidade,
fizemos uma pequena homenagem para este maracatu, em frente a residência da Sra.
Ursulina. Já se vão cinco anos...
Em 2009 os laços com Ursulina aumentaram sobremaneira. Ela passou a integrar um
pequeno grupo de apoio a formação de uma associação democrática de maracatus.

Ursulina não só apoiou a construção de uma associação verdadeira, democrática,
como também fez os seus partidários rirem muitas vezes. Eu simplesmente nunca
tinha visto uma pessoa tão de bem com a vida como ela. Sempre sorridente, sempre
alegre e feliz, com disposição para dizer o que viesse a tona.

Dona Ina na sede do Maracatu Nação Linda Flor. Foto: Isabel Guillen



Dona Ursulina nos deixou neste último dia 05 de dezembro, tendo sido sepultada
no dia 06 de dezembro, as 16 horas, no cemitério de Casa Amarela, mesmo local em
que estão os restos de Mário Miranda, outro grande carnavalesco e maracatuzeiro,
que integrou por muitos anos o Nação Cambinda Estrela, quando este era ainda
sediado no Alto Santa Isabel.

O que pude fazer diante de uma pessoa tão feliz em um momento tão difícil?
Simplesmente exigi que todos os dirigentes da AMANPE estivessem presentes em seu
féretro. E lá fui também, para prestar a última homenagem para a articuladora do
Linda Flor.

No momento de seu velório, compus a seguinte toada, para que marcasse bem meus
sentimentos em relação aquele momento:

Dona Ina, companheira,
Dê licença pra falar (Bis) (Chamada)

Linda Flor é sua história,
Ele vai continuar  (Bis) (Resposta)

Desde então, Dona Ina transformou-se em memória. E de minha parte em
ressentimentos, por não ter podido entrevistar esta tão fascinante mulher.

Aqui ficam minhas reverências para a vida, e para quem viveu de bem com ela.





Ivaldo Marciano.

Um comentário:

  1. Linda Flor ô ô
    Sou Linda Flor ôô
    Sou Rei de Yorubá
    Sou nagô
    Sou Linda Flor ô ô

    Kleber Chagas

    ResponderExcluir