No dia 28 de agosto no período da tarde fizemos a gravação da nação Encanto da Alegria, no bairro da Mangabeira. Os maracatuzeiros nos aguardavam em peso para o início do trabalho. Assim que o equipamento foi montado o batuque do Encanto da Alegria fez um arrasto da sede da nação até a frente da sede do Mangabeira Futebol Clube, onde seria realizada a gravação. Sob a regência do mestre Toinho, mais antigo mestre de maracatu-nação em atividade, quinze batuqueiros tocaram e cantaram as tradicionais loas de maracatu. A batucada juntou muitos vizinhos e curiosos ao redor além de outros maracatuzeiros que dançavam e ajudavam a cantar as loas, como Clóvis, o presidente da nação.
No dia seguinte, 29 de agosto, a tarde gravamos o baque da Nação Estrela Brilhante de Recife. A gravação foi realizada no pátio da sede da nação, localizada no Alto Zé do Pinho. Na sede fomos recebidos pela rainha Marivalda, mestre Walter e mais alguns maracatuzeiros. Após algumas subidas e descidas de ladeiras o equipamento estava pronto e a gravação poderia iniciar. O batuque realizou um breve aquecimento antes da gravação começar, aquecimento este que já empolgou as pessoas que assitiam tudo. Quando tudo já estava pronto a rainha Marivalda fez um breve discurso, agradeceu a presença de todos e o trabalho começou. Os dezenove batuqueiros tocavam e cantavam atentos aos comandos de mestre Walter. Ao fim dos trabalhos, mestre Walter dedica a última loa à memória do falecido mestre Luís de França, mestre do antigo Leão Coroado. Ele diz que a referida loa era a primeira que Luís de França puxava e também havia sido a primeira que Walter havia aprendido. Com o término dessa loa a equipe de pesquisa recolheu seu material, mas a festa não se encerrou na sede do Estrela Brilhante já que os batuqueiros, mesmo sem a nossa presença, continuaram batucando.
Ainda no dia 29 no período da noite fomos até Afogados para realizar a gravação das loas da nação Oxum Mirim. Essa foi a nação que apresentou o maior número de batuqueiros para a gravação, ao todo fomos recebidos por trinta batuqueiros. A juventude do batuque também nos chamou a atenção. A rainha Carmelita, mestre Levi e outros maracatuzeiros também compareceram em peso. Os pesquisadores da equipe aproveitaram o tempo em que o equipamento de gravação era montado para conversar com os maracatuzeiros, fotografar o local e observar a dinâmica do grupo. Por volta das 19 horas a gravação começou e só se encerrou às 21h30. Como em todas as nações que visitamos até agora, não faltou empolgação e animação por parte dos batuqueiros, maracatuzeiros e curiosos que assistiam o evento. O trabalho foi longo mas valeu a pena, mais uma nação teve suas loas registradas.
Na mesma semana gravamos também as nações Leão de Judá, Estrela Dalva e Nação de Luanda.
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